A jovem discípula, acercou-se do mestre, e, ruborizando-se, pediu-lhe que falasse do amor. O sábio sorriu, e, desculpando-se, perguntou-lhe o que ela considerava como sendo o amor.
Emocionando-se, a aprendiz explicou:
-
Compreendo o amor, como sendo a ânsia que experimentam as praias, que
aguardam os beijos sucessivos das ondas contínuas do mar; como a sofreguidão, que tem a raiz de introduzir-se no solo, a fim de sustentar a planta; como expectativa da rocha que anela pela carícia do vento, embora se desgaste com isso; como o desejo infrene da terra crestada, pela generosidade da chuva; como a flauta aguarda pelo sopro que lhe arranca das entranhas a doce melodia; como o barro esquecido pede ao oleiro que lhe dê forma e beleza; como semente que necessitava despedaçar-se, para para libertar a vida; como lâmpada apagada que exige a energia para brilhar; o amor é o sangue novo para o coração e o vinho bom para aquecer a criatura, quando o frio enregela a vida; assim vejo e sinto o amor. E vós como vedes o amor?
O amor é o doce e compreensivo companheiro da criatura em todos dias da sua vida - respondeu o mestre. Se esta é jovem, ei-lo que se apresenta, ardente e apaixonado, como no teu caso, mas que segue adiante. O amor é calmo e ameno; não incendeia paixões; dulcifica-as; confundido com o desejo, permanece, quando este passa; nunca se irrita, porque espera; considerado como instinto, persiste, quando descoberto pela razão; jamais perturba, pois que felicita e produz harmonia. O amor é claridade que permanece; é pão que nutre; é vida que se irradia da Vida. Mesmo quando não identificado, encontra-se presente, porque sem ele, a vida não existe ou perderia o sentido de ser.
A jovem ardente, empalideceu, e, submissa à voz do amor, pediu ao mestre:
-
Ensinai-me a amar, eu que agora corro em busca do amor, sem dar-me
conta que, em mim ele se deve irradiar abrangente em todas as
direções.
- Não te apresses no amor - respondeu-lhe ele -, e descobrirás que já começaste
a amar quando sentires necessidade de doar, e doar-te sem desejares
receber nada em retribuição.
Mensagem do livro "Em algum lugar do passado", psicografado por Divaldo P. Franco.
2 Comentários
Linda Malu!
ResponderExcluirNão há muito mais o que dizer, além da constatação de que preciso retomar minha leitura de psicografias, que tá bem negligenciada...
Adorei!
Linda né, Ju?! Essa é uma das minhas mensagens preferidas, por isso toda vez que a encontro, não resisto em fazer uma releitura! :)
ExcluirBeijinhos! Obrigada!
Obrigada pela sua visita!
Ficaremos muito felizes com teu comentário!
Att,
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