Fazer propagandas de cigarro?
Passar por loucos incompreensíveis?
Tomar toneis de cerveja?
Se achar seres superiores e ignorar tantas
informações, tantos detalhes?
Somos inevitáveis, né verdade?
É porque somos pessoas...
E tudo, tudo mesmo, é feito por pessoas.
Nós (pessoas), nos fascinamos,
decepcionamos, vamos, voltamos, permanecemos, surtamos e vamos embora outra
vez. Destruímos, construímos, damos desculpas esfarrapadas, alimentamos nossos
monstrinhos interiores. Esperamos, vibramos, choramos, alcançamos o desejado,
nos juntamos por um objetivo comum, brigamos entre nós por conta desse tal em
comum, somos diferentes e nisso somos todos iguais...
Somos pessoas, ordinárias e ao mesmo tempo
únicas, raras.
Uma guerra de entrelinhas, é o que
somos...
Poeira de estrelas (restos de estrelas) é
o que somos...
Guerrilhamos pela conquista de nós mesmos.
Somos pessoas... com novas tábuas cheias
de novas leis, criadas em transes, epifanias ou acordos espúrios. Pessoas,
talhadas com lâminas, sabres de luz, moldadas com esperanças e filosofias de
jornal.
Guerrilhamos pela conquista de nós mesmos!
Não por isso ser uma definição racional, ou um conceito de si mesmo, muito
menos um grupo de sintomas e ou evidencias como referência da usurpação do si
de si.
Guerrilhamos por sermos seres (pessoas),
que almejam serem donos de si, reis e rainhas independentes, donos do além dos
sentidos. Queremos despertar a tal divindade que se prostra em nossa cerâmica
tão fragilizada. Queremos a certeza sobre nossa vida, nosso destino. Queremos a
razão, queremos uma felicidade quase que utópica, algo além de liberdade,
verdades doces... Queremos e pensamos ser tantas coisas, quando na verdade,
depois de tantos trancos e barrancos, ficamos felizes quando conseguimos mudar
as coisas que estão bagunçadas dentro da gente. Se tem uma emoção
particularmente impreterível quando conseguimos arrumar nossas bagunças
interiores e exteriores.
Guerrilhamos por nós mesmos e às vezes nem
sabemos qual a lógica e tudo nos cai como uma individualidade cientificamente
catalogada e explicada, mas, será que realmente entendemos? É uma busca por
querer conhecer-se a si no mais algoz esquecimento de si.
Guerrilhamos para obter o próprio controle
das pálpebras, afinal, piscar os olhos é algo tão fenomenal, então, porque não
tentar ter poder sobre isso também?
Voar, voar e voar (pela sensação de
liberdade)
E sucumbir de toda hesitação na solene
noção de nada sabermos de fato sobre a nossa própria existência. Afinal, a quê
aqui viemos?
Manueli Dias
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