Felicidade é dançar devagar


“... A gente se apega nas coisas pensando é pra sempre, e descobre de repente que pra sempre é só o amor...”.¹

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O trecho acima é de uma música, linda por sinal, e se nós prestarmos bastante atenção nele terminaremos encontrando o real motivo da infelicidade ou pelo menos da insatisfação humana nos dias de hoje... Porque, tipo... O que é a felicidade? O que precisamos para ser felizes? Pergunta de cunho subjetivo, todos nós temos a resposta (e o pior, ou melhor, é que temos mesmo!!!). Mas será que vivemos de acordo com ela em nosso dia a dia, em nosso cotidiano apressado? Por que alguns precisam de tantas coisas para ser felizes e na maioria das vezes não o são, enquanto outros, mesmo faltando o necessário, a alegria parece sempre presente em seus corações? 

O mundo está em pleno e acelerado desenvolvimento em todas as áreas do conhecimento humano. As ciências e a tecnologia trazem para o homem “tudo” que é necessário para o seu bem estar físico-social. Ainda assim, semblantes sisudos se encontram “aos montes” por aí. Por quê? Penso que isso se dá porque desaprendemos a arte de viver. Perdemos o “fio de Ariadne” quando passamos a buscar incessantemente ser melhor que outro. Ou quando esquecemos que a chave para uma vida feliz está e sempre esteve dentro de nós. Em nosso equívoco, buscamos nossa satisfação pessoal em coisas exteriores; e, assim, o TER tornou-se para muitos de nós a principal meta ser atingida, o único objetivo.

Um exemplo? A maioria dos pais hoje, ao sonhar com o futuro de seus filhos, deseja que estes sejam médicos, juízes, grandes empresários ou qualquer outro profissional que ganhe muito dinheiro (nada contra as profissões citadas e muito menos contra o sucesso financeiro, ok?). Poucos, todavia, param para pensar e agir com o intuito de que o filho se torne também um homem de bem, um homem honesto, justo... E, assim, analisando essa inversão de valores e prioridades, é que percebemos o quanto ainda é fácil a gente perder de vista o que é importante.

Lembro que certa vez estava em uma palestra, quando fomos convidados a ficar por alguns minutos em meditação. Durante esse tempo (em que fazíamos um enorme esforço pra calar nossos pensamentos), a palestrante foi nos conduzindo em um exercício de desapego. Orientou-nos a imaginar que não tínhamos mais emprego (isso pra gente foi facinho), não tínhamos mais casa... E assim, foi seguindo toda uma série de coisas. Quando ela chegou na parte: “Vocês agora não têm mais amigos”, nessa hora sentimos que a coisa estava começando a complicar. “Vocês não têm mais família... nem pai... nem mãe... nem irmãos” (nesse instante, pensamos “ainda bem que é só um exercício”). Até que chegou o momento em que ela deu o último lance: “Vocês agora, não têm mais corpo!” Só aí nos demos conta do aprendizado que ela estava querendo nos transmitir... 

Nós não temos nada realmente! Nada do que usamos aqui nos pertence, nem mesmo nosso corpo. E, exatamente por isso, somos infelizes. Porque levamos a vida inteira correndo atrás do que é passageiro, de tudo aquilo que nos escapa das mãos. Apegamo-nos a bens materiais, e até as pessoas. Não sabemos amar. E, se não sabemos AMAR, e nem nos esforçamos para aprender, nossa realidade nos manterá sempre distantes da verdadeira FELICIDADE. 

Para encerrar, transcrevo abaixo o texto de um slide que recebi por e-mail: 

Dança Lenta...

Alguma vez você já observou crianças num carrossel? Ou ouviu a chuva batendo no chão? Alguma vez já seguiu o vôo errático de uma borboleta? ...Ou fixou o olhar no sol no crepúsculo?

É melhor você diminuir o passo. Não dance tão depressa... ...O tempo é curto, a música vai acabar...

Você corre através de cada dia voando? Quando você pergunta “Como vai?” Você escuta a resposta? Quando o dia finda, você fica deitado na cama, com os próximos afazeres rolando por sua cabeça?

É melhor você diminuir o passo. Não dance tão depressa... ...O tempo é curto, a música vai acabar...

Você disse alguma vez a uma criança: “Vamos deixar para fazer isto amanhã?” E na sua pressa, não viu a tristeza dela? Perdeu contato, deixou uma boa amizade morrer porque você nunca tinha tempo para ligar e dizer “Oi”?

É melhor você diminuir o passo. Não dance tão depressa... ...O tempo é curto, a música vai acabar...

Quando você corre tão depressa para chegar a algum lugar, você perde metade da satisfação de chegar lá.

Quando você se preocupa e se apressa em seu dia todo, é como se fosse um presente que não foi aberto... Um presente jogado fora!

A vida não é uma corrida...

...Leve-a mais devagar...

...Ouça a música...
...Antes que a canção ACABE!* 





***

 ¹ Pequenas histórias de amor verdadeiro – Plínio Oliveira



Boa tarde, queridos!! Hoje trago mais um texto para compartilhar com vocês. Num estilo um tanto diferente dos que postei anteriormente, é verdade, mas nascido a partir dos mesmos sentimentos: o amor pela escrita e a constante inquietação pela busca de uma maior compreensão a respeito dos mistérios que envolvem a Vida, o Amor, a Felicidade e todos os demais sentimentos... Embora ele já tenha sido publicado num jornalzinho literário que circulou durante algum tempo aqui na minha cidade, essa é a primeira vez que o publico na internet. Espero que gostem!! :)


Beijos,

Malu  

PS.: A música que cito no início do texto chama "Pequenas histórias de amor verdadeiro", composta e cantada por Plínio Oliveira. Se posso dar uma dica, ele é um artista fantástico. Vale muito a pena conhecer o seu trabalho. ;)

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3 Comentários

  1. Lindo Malu! Perfeito!
    Realmente nessa nossa vida acelerada perdemos tempo demais analisando o que não temos. O emprego dos sonhos, uma vida estável, dinheiro, carro do ano...
    E esquecemos de olhar para dentro de nós, para o acordar de cada dia, nos dando a chance de viver novamente, de ajudar as pessoas, de dar um sorriso e receber outro em troca...
    As coisas simples passam despercebidas e sempre ficamos com essa sensação de incompletude...
    Vale a pena parar para refletir: você já agradeceu pelo dia de hoje?
    Parabéns Malu! Amei seu texto e essa chance que você nos deu de refletir através dele.
    Beijos da gêmea!

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  2. Como sempre você diz tudo, Ju, nós realmente esquecemos de olhar para dentro de nós, né? Esquecemos de fazer brotar a sementinha que trazemos no coração e que está só esperando o nosso esforço e a nossa coragem de renunciarmos às ilusões que essa vida corrida nos propõe! É preciso coragem de nossa parte, e a reflexão maior é: eu tenho? Você tem? Sair dessa zona de conforto não é fácil, mas não custa tentar, certo? :)

    Beijos mil e obrigada, sempre!!

    Ass: gêmea! :3

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  3. Ficou fantástico Malu!!!
    Adorei a reflexão. E te conto que fiz o exercício. É estranho demais sentir-se sem corpo...

    Realmente, temos que para e refletir sobre o que queremos ser volver nossos olhos para as coisas simples da vida!!!

    Beijinhos minha flor! <3

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