A decisão e o medo


Era dia de festa, mas eu não podia sair. A chuva lá fora estava assustadora e o meu medo da chuva era mais assustador ainda. Não era um medo repentino, era o medo de sempre. Aquele avassalador que mesmo depois dos vinte e cinco me fazia correr para debaixo da cama e fechar todas as janelas e portas da casa.

O pior nem era essa coisa de se esconder em baixo da cama, o Problema é que eu havia marcado um encontro com o Renato e faltava apenas vinte minutos para que ele chegasse à minha casa. Eu nem tinha escolhido a roupa ainda. Tomar banho na hora da chuva!? Inadmissível!!!

Queria ligar para ele, dar uma desculpa para não ir ao encontro, mas... Inadmissível usar o celular na hora da chuva!! Sniff!!!!. Eu já estava me achando uma louca varrida, doida de pedra. E os segundos pareciam correr no relógio, assim como as águas corriam nas ruas lá fora. 

Olhei o relógio, quinze minutos! Mas os homens sempre atrasam - eu pensava - pelo menos a maioria deles. Então, tinha mais uns quinze minutos para decidir o que fazer. Me afundei no cobertor que trouxera comigo para debaixo da cama e estava quase adormecendo quando a campainha tocou. 

Eu dormi! Meu Deus, eu dormi!!! E agora!? Fui correndo ao guarda roupa peguei uma calça jeans e um casado bem quente e quando abri a porta lá estava o Renato todo ensopado, espirrava tanto que nem dava para entender o que dizia. 

Depois de secá-lo e agasalhá-lo, ouvi sua voz entre os espirros dizendo:

- Podemos ficar por aqui hoje? Este tempo está terrível! 
- Podemos sim! - Respondi. E por sinal, gostaria de lhe mostrar meu esconderijo, caso você ainda queira descobrir alguns dos meus, tantos segredos.

Eu e Renato passamos a noite ali embaixo da cama, enroladinhos nos cobertores, longe da chuva e de todo aquele medo terrível, que eu tenho quase certeza que não me atingiu quando eu abri a porta e vi que ele precisava da minha ajuda...

E não pensem que meu esconderijo era apertadinho não. Há alguns meses eu havia suspendido a cama para casos especiais como este... rsr





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6 Comentários

  1. Ouwn, Van!
    O medo, qualquer que seja ele, vai ser na maioria das vezes um obstáculo, né? Mas, em contrapartida, a Vida tem suas surpresas e sabedoria o bastante para aproveitar até o que seria um mau num bom momento. A guria teve sorte, esse Renato é um fofo! Agora, cá pra nós, fiquei imaginando essa cama suspensa! rs
    Lindo conto!
    Beijos!

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  2. kkkkk! Cama suspensa invenções que o medo nos traz. hehe!
    Que consigamos dar voltinhas assim no medo quando ele se atrever a passar muito perto de nós!

    Obrigada pela leitura Malu! <3

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  3. Oi Vanessa
    Bem interessante esse jeitinho de driblar o medo.Mais interessante é a disposição do menino em usar o mesmo atalho que por sinal era bem aconchegante ,em dias de chuva pesada... rs
    Obrigada pela visita.Vou linkar seu blog para lembrar de voltar,
    um abraço

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  4. Olá Vanessa, obrigada pela visita lá no blog, seja bem vinda!
    Eu também gostei muito daqui, visitarei sempre!

    Beijos!

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  5. Oi Van

    Quero agradecer sua visita no meu cantinho.
    Que lugar mais gostoso para namorar e se aquecer.... ai ai rs...

    bjokas =)

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  6. Os tais reinos dos mundos de baixo das camas, dos sofás, das janelas e portas abertas

    Vim retribuir sua visita e doce comentário lá em meu blog

    Muita inspiração, imaginação, sonhos bons, realidade boa , paz e bem pra vc :)

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