Amor que é amor, nunca morre!
Por Manueli Dias
“- Você tem certeza de que quer mesmo assinar
esses papéis?”
Essa era a frase que não saia da cabeça de
Martha, sentada naquela cadeira, relendo os papéis da separação. Afinal, depois
de tanto tempo, tantas coisas vividas, ela e o Jorge, desistiram.
Respirou fundo, pediu mais um café e voltou a
ler, precisava interiorizar aquilo, sentia a necessidade de entender que aquilo
era real. E ali, se distraiu naquelas linhas.
O coffee estava meio vazio naquela tarde,
tinha o barulhinho dos movimentos naturais, e uma mulher, meia idade, cabelos
castanhos, olhos tristes e dispersos mergulhado em folhas e mais folhas, foi
bem assim que tudo estava quando Jorge entrou no coffee. Ele não imaginava que
encontraria a Martha ali, ficou extasiado por alguns minutos. Olhava para
Martha com tanto carinho e amor, que não entendia porque tudo havia acabado.
Ele caminhou inseguro e parou frente a
Martha, que o olhou e mal podia acreditar. É bem verdade que ela não gostaria
que de ele tivesse visto ela relendo aqueles papéis.
- Oi, posso sentar com você?
- Claro!
- Me sinto estranha e você?
- Estranho e feliz por essa estranheza.
- ...
- Eu explico! Eu não tinha certeza se queria
assinar mesmo esses papéis...
- Mas, assinou!
- Você também assinou! Mas, não é essa a
questão.
- E qual é?
- Estou feliz e estranho, porque percebi que
me apaixonei!
- você não acha isso um desaforo? Acabamos de
assinar estes papéis e você vem me falar que está feliz porque está apaixonado?
- Sim Martha, estou apaixonado por uma mulher
que não é desconhecida para o meu coração, apesar das coisas terem se
modificado, eu continuo amando essa mulher, penso que nunca deveria ter saído
do lado dela.
Martha não era boba, e também nunca foi do
tipo de mulher que gostava de fazer joguinhos, ao invés de seguir o curso
natural e se fazer de desentendida, ela apenas sorriu. Ah, Jorge se derreteu
foi todo naquele sorriso. Os dois continuaram ali, falaram sobre tantas coisas,
pode-se dizer que fizeram uma análise de seu casamento, quando saíram do
coffee, já era noite. Saíram e caminharam pelas ruas de mãos dadas e sorriso no
rosto.
4 Comentários
É bom quando descobrem a tempo que faltava alguma coisa para enxergarem o que ainda pulsava dentro de suas almas e corações. Lindo conto. Feliz fim de semana. Bjs
ResponderExcluirÉ sempre bom descobrir que ainda há amor, que ainda há tempo!
ExcluirObrigada pela visitinha Edith e um ótimo final de semana pra ti também. Beijo.
Manu, que lindo. Que delicadeza, que amor. Ah, o amor, sempre nos surpreendendo.
ResponderExcluirParabéns *-*
E nesse caso, uma surpresa boa.
ExcluirObrigada Eduarda! Beijo.
Obrigada pela sua visita!
Ficaremos muito felizes com teu comentário!
Att,
Nós, Poéticos e Literários!
nospoeticos@gmail.com