Café com amor 6


Amor que é amor, nunca morre!
Por Manueli Dias

“- Você tem certeza de que quer mesmo assinar esses papéis?”

Essa era a frase que não saia da cabeça de Martha, sentada naquela cadeira, relendo os papéis da separação. Afinal, depois de tanto tempo, tantas coisas vividas, ela e o Jorge, desistiram.
Respirou fundo, pediu mais um café e voltou a ler, precisava interiorizar aquilo, sentia a necessidade de entender que aquilo era real. E ali, se distraiu naquelas linhas.

O coffee estava meio vazio naquela tarde, tinha o barulhinho dos movimentos naturais, e uma mulher, meia idade, cabelos castanhos, olhos tristes e dispersos mergulhado em folhas e mais folhas, foi bem assim que tudo estava quando Jorge entrou no coffee. Ele não imaginava que encontraria a Martha ali, ficou extasiado por alguns minutos. Olhava para Martha com tanto carinho e amor, que não entendia porque tudo havia acabado.
Ele caminhou inseguro e parou frente a Martha, que o olhou e mal podia acreditar. É bem verdade que ela não gostaria que de ele tivesse visto ela relendo aqueles papéis.

- Oi, posso sentar com você?
- Claro!
- Me sinto estranha e você?
- Estranho e feliz por essa estranheza.
- ...
- Eu explico! Eu não tinha certeza se queria assinar mesmo esses papéis...
- Mas, assinou!
- Você também assinou! Mas, não é essa a questão.
- E qual é?
- Estou feliz e estranho, porque percebi que me apaixonei!
- você não acha isso um desaforo? Acabamos de assinar estes papéis e você vem me falar que está feliz porque está apaixonado?
- Sim Martha, estou apaixonado por uma mulher que não é desconhecida para o meu coração, apesar das coisas terem se modificado, eu continuo amando essa mulher, penso que nunca deveria ter saído do lado dela.

Martha não era boba, e também nunca foi do tipo de mulher que gostava de fazer joguinhos, ao invés de seguir o curso natural e se fazer de desentendida, ela apenas sorriu. Ah, Jorge se derreteu foi todo naquele sorriso. Os dois continuaram ali, falaram sobre tantas coisas, pode-se dizer que fizeram uma análise de seu casamento, quando saíram do coffee, já era noite. Saíram e caminharam pelas ruas de mãos dadas e sorriso no rosto.



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4 Comentários

  1. É bom quando descobrem a tempo que faltava alguma coisa para enxergarem o que ainda pulsava dentro de suas almas e corações. Lindo conto. Feliz fim de semana. Bjs

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    1. É sempre bom descobrir que ainda há amor, que ainda há tempo!
      Obrigada pela visitinha Edith e um ótimo final de semana pra ti também. Beijo.

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  2. Manu, que lindo. Que delicadeza, que amor. Ah, o amor, sempre nos surpreendendo.
    Parabéns *-*

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