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"Te adoro!", "Te quero!",
"Você me faz feliz!" - são algumas das suas frases nas nossas conversas,
e eu não posso negar que quando as ouço, fico com o coração e a razão
numa guerra mais acirrada que qualquer outra que o Homem já viu. Parte
de mim se agarra a elas, chegando mesmo a acreditar que cedo ou tarde a
nossa relação vai finalmente se definir - que vamos descobrir o que somos e o que seremos, de fato. Mas, outra
parte de mim, meu lado racional e por vezes frio, me faz olhar de
esguelha para cada uma das suas palavras e colocá-las de lado, sob
avaliação, enquanto observo não mais o que você diz, mas principalmente o
que você faz. Seria essa a minha - a nossa! - salvação, certo? A forma
como eu poderia compreender tudo o que a gente já viveu até aqui. Mas,
quem disse que compreender nossa história é fácil?
Lembro
da forma como a gente se conheceu. Eu não me sentia muito a vontade
naquela noite, naquela festa, mas a sorte foi lançada no momento em que
entrei no salão. Dois desconhecidos num baile de máscaras. Você me tirou
para dançar, e depois, com o seu jeito de falar, questionar, a forma
como você demonstrou interesse em conhecer o meu mundo, os meus
sentimentos, mas principalmente o modo como você percebeu meus anseios
mais secretos, tudo isso me desarmou naquela primeira vez. Em pouco
tempo você adentrou um território totalmente inexplorado. E num tempo
muito menor eu vi que apesar de toda a sintonia entre a gente, nossos
interesses eram totalmente contrários. Você queria a curtição do
momento, enquanto eu buscava a certeza do amanhã. Foi essa percepção a
responsável pelo meu afastamento. Eu sabia que queria mais, e um mais
que você não podia ou não queria me dá. Sei lá...
E
assim, com a gente distante, o tempo correu célere. Não sei o que você
fez durante todo o ano em que ficamos afastados. Não tenho a mínima
ideia se alguém passou pela sua vida, se dividiu com você os momentos
que antes eram nossos. Já você sabe - ou pelo menos deveria saber - que aqui na
rotina monótona que sempre foi minha, as coisas seguiram dentro do ritmo
(des)esperado... Bom, o fato é que nos reencontramos. O baile acontecia
novamente e, como da primeira vez, eu joguei os dados sobre a mesa sem se quer imaginar que eles me levariam até você. Os casais se formavam no salão e você se aproximou fazendo o mesmo convite: "- Dança comigo?" Quase as mesmas palavras de outrora e
eu naquele instante te reconheci mesmo sem te ver. Sei que naquele momento eu poderia ter
fugido, afinal você nem havia percebido que por trás daquela máscara
se encontrava a garota com quem havia compartilhado momentos
demasiadamente íntimos. Mas, envolvida pelo teu jeito tão familiar de
falar, impensadamente eu prometi que te mostraria o rosto ao final da
música.
Hoje
eu percebo que não me dei conta de que a partir daquele momento, nós
estaríamos juntos novamente, e dessa vez só Deus saberia de que forma e
por quanto tempo. Sabe, é esse outro fator intrigante na nossa história
já tão cheia de perguntas sem respostas: o misterioso tempo. Quando
estou com você a sensação é de que te conheço há muito, a conversa flui
naturalmente e a intimidade parece ter sempre existido entre nós. Com
você eu não me reconheço, faço e falo coisas que não condizem com o "eu"
que vejo no espelho. Todavia, se você não está, se você se ausenta
inesperadamente e mais do que o normal, meu coração se enche de medos e
dúvidas, e todas as palavras carinhosas que você me diz perdem o sentido
diante da sensação de que, de nós dois, sou eu quem está sempre
disponível, sempre ao teu alcance. Eu nunca te disse que espero um pra
sempre de você, mas já tentei deixar bem claro que espero a verdade do
presente. Morro por dentro só de pensar que tudo não passa de ilusão da
minha parte...
Agora
quando escrevo essas linhas você não está, e eu estou aqui, com
aquela ansiedade que você já conhece tão bem. Sei que quando nos
encontrarmos eu vou te falar tudo isso, deixando que o medo e a timidez
atropelem minhas palavras, ao te dizer o quanto me assusta a forma como
eu me dou, sem me entregar de verdade pra você; o quanto eu gosto, e ao
mesmo tempo temo a forma como você me ganha, ao conseguir vencer todas as minhas
resistências. Ah, moço, eu que havia prometido não deixar que mais
ninguém bagunçasse a minha vida, estou agora te dando toda a liberdade
para fazer o que bem quiser com ela! Por que estou fazendo isso? O que eu
espero dessa nossa história afinal? O que eu posso esperar, me diga! Em
uma das nossas conversas eu te pedi para cuidar de mim e você prometeu
isso. Cumpra sua promessa, por favor. É só isso o que eu te peço
agora...
4 Comentários
Tenho um novo link http://mudodeumaprincesa.blogspot.pt/
ResponderExcluir:)
ExcluirMalu!
ResponderExcluirQue lindo seu texto! Eu amei!
<3
Beijos!
Isa!
ExcluirFico contente e agradeço o carinho do seu comentário! Obrigada!
Beijos! .
Obrigada pela sua visita!
Ficaremos muito felizes com teu comentário!
Att,
Nós, Poéticos e Literários!
nospoeticos@gmail.com