A vida só paga pra ver!


  


E a criança arregalava ainda mais seus olhos
Encarava corajosamente a pior resposta:
O silêncio amargo da injustiça.
O silêncio doloroso da morte...
Era seu irmão que partia, no colo da morte.
Mesmo com o passar dos anos, como apagar da memória esta cena...

Era mais um dia comum
Era mais um protesto comum
E de repente, tudo se transformou.
Incrível não, como as pessoas conseguem ser tão influenciadas, e por palavras tão vagas...
Foram estas iludidas, ou quiseram se iludir...?

Um filho pede benção ao pai
E tem como resposta:
O silêncio mortiço e dissoluto
Tudo que lhe resta, é saber respirar.
Respirar e continuar a caminhar, sempre caminhar
É preciso, mas que nunca, seguir em frente e não perder a fé...

Mas, é apenas um dia comum,
Um dia entediante e violentamente pacificado
Onde num lar, uma mãe chora sob suplícios de: não vá embora... 
Borrando assim toda a sua maquiagem

Sobre a criança?
Suas memórias lhe perseguiram todas as noites
Lhe acordará todas as madrugadas, até o findar de sua vida
Porém...
É melhor deixá-la no anonimato da estatística,
Afinal, não é um nome, é apenas mais um número.

Manueli Dias

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