No Vão

Ando sentindo tanta saudade de você que nem sei como explicar.

Em todos os olhos verdes que encontro casualmente, 

enxergo teus olhos verdes.

Aqueles olhos verdes que sabiam me olhar e ver naquele olhar de menina, uma mulher desejável,

 uma mulher que desejava, 

que desejava você.

Nestes últimos dias tens habitado meus sonhos e eu, 

que já não durmo direito, 

passei a ter o sono agitado, 

de quem deseja ter ao lado 

a presença de um corpo que já esteve em seus braços um dia.

E fica aquele vazio na cama, no espaço que você preenchia. 

Fica a metade vazia.

Por que será que anda a rondar meus pensamentos novamente?

Por que habita minha alma?

Será que tua saudade me chama?

Alguma coisa em você está inquieta e está procurando os fragmentos de si mesmo que deixastes em mim. 

Eu sei. 

Eu sinto.

Ouço tua voz, sinto teu cheiro, vejo teu rosto, reconheço teus olhos...

Ahh... Esses olhos...

Vem buscar o que é teu, que ainda resiste, persiste e insiste 

para que possua, tome, reivindique o que é teu de direito.

Vem buscar a paz de nossas almas, 

para que possamos seguir, e dormir, e sonhar...

E finalmente repousar no vão seguro das lembranças

"... No vão das coisas que a gente disse

Não cabe mais sermos somente amigos

E quando eu falo que eu já nem quero

A frase fica pelo avesso

Meio na contramão..."

(Quem de Nós Dois - Ana Carolina)