"Que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a
nossa própria substância, já que viver é ser livre." - Simone de
Beauvoir
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Tento ser racional, mas é a emoção que me move; sou impulsiva, intensa,
sentimental; eu sou muito mais do que estas características podem dizer.
Sim. Eu sou mulher. Sou uma mulher que cada vez mais descobre que pode
ser o que quiser. Assim, hoje, nesse 8 de março, eu escolho querer
não entrar na briga do momento. Eu que por muito tempo me vi como
feminista, percebo agora esse conceito ir por água a baixo nas redes
sociais, uma vez que a distorção em torno do feminismo
se mostra cada vez mais gritante. Observo tudo isso incrédula e me
pergunto quando que esses debates ferrenhos em torno de supostos
direitos ganharam o espaço que deveria ser de uma discussão séria sobre a
necessidade do respeito, do reconhecimento e da valorização feminina.
Quando a busca por igualdade e pelo fim da dominação de um gênero sobre
outro perdeu a vez para essa contenda em torno de direitos que
sinceramente não vejo que acrescentam em nada à vida de uma mulher.
Desculpem-me
as novas feministas, eu quero liberdade sim, mas não para beijar vários caras numa balada ou para fazer sexo casual, sem sentimento, por
puro desejo. Isso além de ser um desrespeito para comigo mesma e minha intimidade, é uma causa certa de confusão. E das grandes. Quero, sim, ser livre, mas para trabalhar em qualquer área, ter o reconhecimento do meu trabalho e a valorização dele; quero o direito de ganhar o mesmo salário que meu colega de profissão, uma vez que a gente desempenha a mesma função.
Eu também faço questão de poder andar livremente, brigo
mesmo pelo direito de poder sair e/ou viajar sozinha sem medo de ser
insultada, agredida, violentada. Não quero, porém, ter de sequer pensar em recorrer aborto. Ao contrário, independente das circunstâncias em que engravido, eu não quero ser julgada; quero ser amparada se for necessário, mas nunca oprimida e marginalizada.
É.
Mais do que qualquer coisa eu quero ter o direito de ser mulher,
humana, e ser respeitada como tal. Quero ter a liberdade das minhas
escolhas assegurada, mas quero sobretudo ter a sabedoria para fazer
escolhas conscientes. Quero poder ser menina, mulher, mãe, filha,
casada, solteira, jovem, madura e não me sentir insegura por isso. Quero
ter meu direito de expressão, de ir e vir, de estudar e de trabalhar respeitados,
qualquer que seja a minha condição física, social, sexual, minha etnia,
minha religião. Quero viver numa sociedade que não mais me veja como um
corpo, um objeto. Quero ter o direito de ser eu mesma, de me vestir sem temer ser apontada, julgada e discriminada. Quero igualdade de
oportunidades, mas quero também o direito de ser diferente. Quero não
ter que me sentir pressionada a satisfazer padrões. Quero somente ter o
direito de ser MULHER e de ser FELIZ.
2 Comentários
Maluuu perfeito!!
ResponderExcluirTambém quero tudo isso que você quer e mais, quero o direito de poder pensar diferente também! Acho esse feminismo extremo tão ridículo quanto o machismo. Alias hoje as opiniões das pessoas estão extremas demais e isso realmente me assusta. Seu texto ilustra perfeitamente a opinião de uma pessoa sensata, que sabe do que está falando. Também quero acima de tudo ser MULHER e FELIZ!
PARABÉNS! Amei o texto!
Bjossss
Se você me compreende, Ju, que venham as pedras! Kkkk
ExcluirÉ realmente isso o que penso e a ideia que quis passar pro texto: o extremismo desse "novo feminismo" se torna tão prejudicial quanto o machismo, ou talvez até pior, porque é praticado pelas próprias mulheres e isso as tornam cegas. Igualdade de direitos sim, liberdade sim, mas consciência a cima de tudo!
Obrigada, gêmea! Beijoooooss! <3
Obrigada pela sua visita!
Ficaremos muito felizes com teu comentário!
Att,
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